terça-feira, 5 de maio de 2015

As histórias por trás da história de Skilo Amnésia, o cara que deixou a praia de Fortaleza pra morar na quentura de Teresina


Ainda sobre o Cultura Rock V, realizado a 26.04.15 pela alTHErnativa Produções, braço do Movimento Autoralrock, topamos, intimamos, chamamos na grande e entrevistamos o Skilo. Você pode ter tomado umas com ele por aí, ter corrido só de cueca na rua com ele por aí, mas talvez não tenha atentado para o fato de que vida e música se misturam na trajetória do cara até aqui. Resultado é esse ping-pong maroto a seguir e uma par de histórias, bandas e pessoas que ficarão registradas através da Revista Zaboomba, para não sermos tão ambiciosos e não dizermos, eternizadas.

Antonio Carlos - Skilo

Valciãn: Nome?
S: Antônio Carlos da Silva e Sousa, vulgo Skilo.
(Esqueci de perguntar idade, profissão e estou com preguiça de ir ao inbox do Facebook fazer isso, então próxima pergunta).
Valciãn: Na cena em Teresina tocando e acompanhando as bandas desde quando?
S: Cara, cheguei aqui em Teresina em 2002, nessa época eu era moleque ainda, fui embora para Fortaleza de novo e voltei em 2005, quando comecei a conhecer a galera da cena aqui das bandas.
Valciãn: Primeiro contato com a cena local?
S: Eu ouvia muito falar do Obtus, (que) tocava no (Espaço) Trilhos e tudo, daí comecei a conhecer uma galera que andava na Praça da Liberdade, era a galera da “Scuderia do Rock” que tinha antigamente e me juntei com eles, fui conhecendo as bandas daqui e a galera, sei lá.
Valciãn: Quando de fato você entrou para uma banda aqui em Teresina?
S: Foi em 2006. Eu conheci lá na Praça da Liberdade o Coxinha, que é o Thiago Saraiva e a gente tinha vontade montar um cover de Ramones, nós dois gostávamos de Ramones  e saímos atrás de gente pra montar essa banda.
Valciãn: Qual era o nome da banda?
S: Não tinha nome na época, quer dizer, acho que era até The Joeys. O Di(?) Ramones também entrou na banda como vocal. Aí a gente foi rodando, essa dupla, eu e o Coxinha ficamos um tempo rodando.
Valciãn: Ele tocava qual instrumento?
S: Ele era vocalista e eu era baixista na época. Sei que a gente foi tocando e a dificuldade de encontrar um baterista era muito grande, até hoje ainda é, então eu resolvi depois de rodar uns doze caras na nossa banda, resolvi eu mesmo ir pra bateria, fui aprender, já conhecia o Dieudes aqui do Bueiro do Rock e pedi pra ele me dar umas aulas, ele começou a me ensinar a base da bateria e daí eu segui com o Coxinha.
Valciãn: Quem assumiu o baixo?
S: Foram outras pessoas, muitas pessoas rodaram no baixo nessa época, mas acho que mais ou menos em 2007 firmou uma formação que era a da Imundice: eu na bateria, João Paulo no baixo, Mumu (Jean Medeiros) na guitarra e o Coxinha no vocal.

(Banda Imundice)

Valciãn: E o primeiro show de vocês?
S: No ‘Punks Not Dead’ (evento) aqui no Bueiro do Rock. Quem tocou com a gente foi Filhos Bastardos lá de São Luís e Apple Juice (antiga banda dos irmãos Drienio e Dieudes).
Show da banda Imundice no Bueiro do Rock (imagens raras)
Valciãn: vocês estavam na organização do evento?
S: A gente estava organizando, ajudando, naquela época a gente se ajudava muito todo mundo. Era difícil ter um evento, então a gente se unia pra tentar organizar alguma coisa. Quem não podia ajudar com dinheiro ajudava com arte, outro ajudava com ingresso, outro saía pra colar as coisas no meio da rua.
Valciãn: E a Imundice durou até quando?
S: Creio que até 2009, 2010 eu acho.
Valciãn: Qual foi o circuito de shows durante esse período?
S: Não foram muitos shows não, a maioria foram no Bueiro do Rock. Teve uma época que eu saí da banda, entrou outro baterista, teve show no Teatro João Paulo lá no Dirceu, eram shows pequenos, depois eu voltei pra banda.
Valciãn: Era autoral?
S: Era, tudo autoral. Era Punk Trash, depois a gente decidiu tocar blues. Com os mesmos integrantes da Imundice a gente formou a Tonel Ventura.


Valciãn: Essa banda durou quanto tempo?
S: A gente fez um show no Bueiro, até hoje quando estamos em trabalhos aleatórios, decidimos aqui e acolá ensaiar, a gente se junta, faz um som, mas nada sério, a gente toca por diversão, desde aquela época sempre toquei por diversão, nunca por dinheiro, a gente fazia era gastar pra fazer os eventos na época que ainda é um lance que a gente gosta.
Valciãn: E depois do Tonel?
S: Teve alguns covers, cover do Matanza, cover de Gritando HC também, cover do Guns. Tive várias bandas, teve época que toquei em sete bandas ao mesmo tempo, era saindo de um estúdio e partindo pra outro, era só ensaiando, mas não era tocar pra ficar famoso, era mesmo por diversão. Depois do cover do Matanza conheci o Alex e ele me chamou mais tarde pra montar a Campo Minado. Era eu, o Alex, o Rui...
Valciãn: O Alex tocava o quê?
S: Ele era o baixista, ainda é até hoje, saí da banda, mas a banda continua.
Valciãn: Foi por volta de que ano?
S: Isso já foi 2013, das bandas que toquei foi a que mais teve repercussão, pois tocamos em Parnaíba, em alguns eventos aqui na cidade. Saí da banda porque eu estava em um momento em que buscava outros tipos de som e o Matheus (Almeida, vocalista, ex-Dilaceralmas) me convidou pra fazer a Nú-Xadrez, estamos ensaiando há cerca de um ano e por aí vai.
Valciãn: Depois da Campo Minado veio Nú-Xadrez?
S: Isso, agora outra banda para a qual me convidaram foi a Abortus. É uma banda daqui, acho que de 2004 e está voltando agora, estavam a bastante tempo a procura de um baterista e me chamaram.
Valciãn: A Abortus toca o quê?
S: É uma mistura de Punk com Trash, é um som oitentista.
Valciãn: E a Nú-Xadrez tocava o quê?
S:: Nossa proposta era pra ser um Grunge, ficava uma mistura, ninguém sabia definir direito.
Valciãn: E a Campo Minado?
S: Hardcore! Hardcore puro, bruto e violento.
Valciãn: Algum comentário sobre a cena, algum recado pro moleque ou uma banda que está começando?
S: Cara, se você vai fazer uma coisa, tem que fazer por que gosta, não porque vai tocar ou ganhar dinheiro, acho que fazendo por que gosta, você vai ser feliz.
Valciãn: Lado bom e o ruim de estar em uma banda (tem lado ruim?)?
S: Lado bom, como disse, o prazer por tocar. Você está tocando numa banda de garagem, é prazeroso pra você porque você realmente gosta do que faz. Lado ruim é porque a partir do momento em que você se propõe a fazer shows, aquilo deixa de ser diversão e se torna profissional, então você tem que ter total responsabilidade e assumir tudo aquilo que você está se propondo a fazer, então quando você começar a ir pra esse lado de fazer evento, tenha responsabilidade porque vai ter um público lá querendo assistir.

Por Valciãn Calixto

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